Veja um grafo dos poemas de Sonia Salim
Enxuguei as lágrimas, vesti uma roupa ousada ajeitei os cabelos, passei o batom colori e alegrei a face marcada Saí a viver como se nada estivesse acontecendo Antes disso eu chorei e sofri demais! Joguei minhas roupas no chão, uma a uma A minha angústia e meu corpo não vibram com a aceitação sofrimentos e anseios Coração dolorido A impotência diante das ações eu quero mudar e não consigo esta é a minha triste melodia Milhões de pessoas vivem assim E precisam saber deste relato o marco inicial da transformação de uma mudança lenta e gradativa Eu, nua diante da vida e de todos sentimentos expostos caída no chão Fênix no renascer das cinzas para a vida
Um coração rebelde não se contenta com o óbvio quer sempre mais Volta quando todos estão indo segue o sentido contrário Olha de frente encara o tempo foge do usual Esgota-se em reflexões recusa-se a ir junto habita na confusão de pensamentos na rebeldia Nasce assim, vem de berço Ele tenta mudar... e como tenta! mas não consegue é mesmo um coração rebelde
Tentativas frustradas de retirar o anel do dedo arroxeado A menina e sua arte silenciosa Mãe e crianças assustadas sabão e novas tentativas decepção impotentes socorristas domésticos desespero Até que... o hiperativo teve uma ideia alicate de unha corte do anel - a solução - Anel cortado problema resolvido dedo recuperado Sustos normais
Um homem revirando o lixo A fábrica funcionando a todo vapor Ruas quase vazias Policiais fazendo a ronda Postos de gasolina funcionando Observei cada detalhe e alguns perderam a nitidez no momento em que organizei as palavras Poucos usam máscaras Impasse entre a doença e as vacinas O ar puro no momento é vital É a caminhada mais longa da minha vida à procura de mim mesma debaixo do sol como algo natural Rejeito a ideia de voltar para casa continuo experimentando a paz a força de sustentação Carros e motos transitam e há poucas pessoas nas ruas Pássaros cantam nas árvores eu aproveito um pouco da sombra e respiro Um momento acolhedor de uma caminhada essencial Observo uma família no espaço de lazer e fico imaginado se são felizes Sinto o sol no contato da minha pele e busco a vida incessantemente Alguém me cumprimenta com um sorriso mas eu me sinto sozinha caminhando ao sol do meio-dia refletindo sobre o inexplicável Pouco importa se isto é poesia ou uma dura realidade A cidade está silenciosa Hora de retornar encarar os problemas uma construção em ruínas a restaurar