Há dias em que toco toda
Invento com as madeixas
Reviro a casa abaixo
Buscando ocupar-me
Ao máximo
Observo pela janela
O movimento
Não das pessoas na rua
Não por ninharias
Pelo Sol a ameaçar
Vindoura despedida
Há noites em que sinto
Fielmente nas tripas
Carregar a pena de cada uma
Das mulheres pelas quais passei
Ao toque do olhar distante
No metrô, na avenida
Há sobre nós uma mesma cruz
Por acreditarmos
Por resistirmos
Quantas vezes for.