Veja um grafo dos poemas de Melo Domingos Munguambe
Somos um só Nós os dois um só, Enrolados no nosso amor tipo um nó Somos um só,um só corpo Um só sentimento Um só comprometimento Um só livramento Somos um só, Eu sou você, tu es eu A nossa cumplicidade é do tipo Julieta e Romeu Es poesia, eu harmonia Música, eu melodia Alegria em dicotomia Somos um só É estranho porque apenas nos conhecemos a meses Mas os nossos pensamentos são gêmeos siameses As vezes, Viajamos juntos Voamos juntos Somos um só, Entre nós não há lutas Quando te espalhas eu te junto E quando me espalho tu juntas Sem sombra de dúvidas Somos um só Vejo no nosso eixo, duas pessoas com a mesma alma, O meu é o teu desejo, é mesma a chama Com aroma da fumaça que nos chama Com, ou sem aquela nossa cama Somos um só, Reflexo do verdadeiro amor Nexo no sentido do mesmo amor Raíz da mesma flor Prazer da mesma dor Numa só estrutura Numa só figura, Numa só ternura Numa só bravura, Somos um só…
Eu ainda me lembro das partidas De futebol em nossas avenidas E lembro das cantigas Ambições desmedidas Eu me lembro, Sentado no muro da minha vida Lembro-me daquela batalha perdida Ainda me lembro Daquele primeiro beijo Daquela sensação no início, foi o meu melhor segredo Eu me lembro da Martinha A babysister(babá) sem calcinha Eu me lembro, Do apoio dos meus amigos de verdade Após atravessar a ponte da criminalidade Eu me lembro do fardo da minha bagagem Deitado na sauna hidromassagem Eu me lembro, Daquela indiferença No meio da multidão me sentindo só, daquela ausência Eu me lembro, Lembro também da correria Logo que inicia o dia Eu preocupado com o pão de cada dia Eu me lembro, Na varanda com a mão no queixo, Foi numa festa de Dezembro Que melhor driblei e fiz o cesto Ainda me lembro, Mas não guardo mágoas Cada gota da lágrima Escor e desagua no meu próprio mar de lástimas Eu me lembro na montanha tipo monge A meditar bem longe Ainda me lembro…
Sinto muito… Sinto ódio, rancor Tédio, pavor do brilho de uma flor Medo da dor, Do prazer do verdadeiro amor Eu sinto o fardo dos oprimidos Os bastardos, os excluídos Mas também sinto alguma angústia Algumas dúvidas, Será que a paz vai bater em minha porta? Será que as barragens da vida trazem comportas? Sinto muito, Sinto o fim do mundo Sinto o peso do submundo Eu sinto muito, Sinto o escuro do cego O silêncio do surdo Quieto como se eu fosse mudo Irmão, sinto muito… Sinto pela perda dos nossos heróis Sentado na praça dos heróis Eu sinto muito, São sentimentos do tipo tormentos Fundamentos sentidos sobre os meus sentidos Sinto muito… Na verdade, Eu sinto que na verdade, Fundamentalmente não sinto nada Sinto um vasio literalmente nadando em nada No panorama da minha existência Dentro da conferência Entre a lógica e a minha consciência Há também abundância de violência Desculpe, eu sinto muito!...
Pessoal, pessoal Se eu fosse Deus por um dia? Ou se tu, fosses Deus por um dia? O quê que tu farias? Eu faria desaparecer a mentira Transformaria a maldição em benção, Haveria no mundo apenas única raça E não haveria indiferença, O amor multiplicava-se a cada nascimento de uma criança Todos convictos na mesma crença, Se eu fosse Deus por um dia? Ou se tu, fosses Deus por um dia? O quê que tu Farias? Há dias, perguntei ao Tio Fénias E ele só me respondeu dizendo: oh meu rapaz eu ja não me apego a fantasias O mundo não é feito de poesias Se eu fosse Deus por um dia?...